segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Porta de misericórdia

Nossa Senhora concede às vezes graças de um modo tal que, na vida inteira, fica a alma marcada com fogo. É fogo do Céu, não da Terra e menos ainda do Inferno: a convicção de que podemos recorrer a Ela em circunstâncias mil vezes mais indefensáveis, e sempre Ela nos perdoará de novo, porque abriu para nós uma porta de misericórdia que ninguém fechará.

Plinio Corrêa de Oliveira

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Nossa Senhora do Suspiro

[…] Satanás, porque é orgulhoso, sofre incomparavelmente mais, por ser vencido e punido pela pequena e humilde escrava de Deus, cuja humildade o humilha mais do que o poder divino; segundo, porque Deus concedeu a Maria tão grande poder sobre os demônios, que, como muitas vezes se viram obrigados a confessar, pela boca dos possessos, infunde-lhes mais temor um só de seus suspiros por uma alma, que as orações de todos os santos […] 1
Um suspiro de Nossa Senhora por uma alma vale mais do que as orações de todos os anjos e todos os santos juntos. Quase que dá vontade a gente rezar a Nossa Senhora do Suspiro. Ai, minha Mãe, suspirai uma vez só por mim e eu serei salvo. ( Mons João Clá Dias)

1 São Luis M G de Monfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Mãe da Divina Providência

O amor materno de Maria tem força regeneradora para elevar e santificar uma alma; Ela é a Medianeira das graças necessárias para a justificação daquele a quem Ela ama. Confiemos a todo instante em Nossa Senhora, lembrando-nos sempre de sua extrema meiguice para conosco, de sua compaixão para com as misérias de cada um de nós. Tenhamos presente que, na Salve Rainha, Nossa Senhora é chamada “Mãe de misericórdia”, e que o Lembrai-vos acentua a bondade d’Ela para com o pecador arrependido.
Sem nos compenetrarmos da misericórdia de Maria Santíssima, nada de bom faremos. Cultivando-a, nossa alma se cumula de confiança, de alegria e de ânimo. Tendo a Mãe da Divina Providência como nossa própria Mãe, nada nos deve abater. Ela tudo resolverá se, confiantes, implorarmos seu maternal socorro.

Plinio Corrêa de Oliveira – Extraído de conferência de 16/11/1965

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Coloquemo-nos nas mãos da Mãe Dolorosa


Ó Virgem Dolorosa, nós sabemos que juntamente com Vosso divino Filho Vós sofrestes as dores da Paixão. Vós sofrestes como Mãe, quase que na própria carne – porque mais dói a dor da alma do que a do próprio corpo. No caminho do Calvário, Vós encontrastes Jesus quando carregava a cruz às costas. Ó Mãe Santíssima, nós Vos pedimos graças super abundantes, graças eficazes, graças até místicas para bem realizar esta meditação e que ela de fato possa, de alguma forma, reparar o Vosso Sapiencial e Imaculado Coração por tantos crimes, tantos horrores e pecados que ocasionaram a Paixão de Vosso divino Filho. Hoje, ao considerardes esses crimes, blasfêmias, pecados, que vos recordeis das dores de Jesus e das vossas dores, em união com Ele.

Que essas dores penetrem em nossos corações e, cheios de arrependimento por nossas faltas, cheios de mágoa e ao mesmo tempo cheios de desejo de emenda para este mundo tão pecador, alcançai-nos a graça de compreender o quanto o pecado atrai sobre nós o castigo, e o quanto o pecado sem arrependimento atrai a cólera de Deus.
Mons João Clá Dias - Oração meditação primeiro sábado

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Oração a Nossa Senhora de Lourdes

Ó Maria, Vós aparecestes a Bernardete na cavidade de um rochedo.
No frio e nas sombras do inverno, Vós trazíeis o calor de vossa presença, a luz e a beleza.
No vazio de nossas vidas, tantas vezes obscuras, no fundo deste mundo no qual o mal é poderoso, trazei a esperança, restabelecei a confiança!
Vós, que sois a Imaculada Conceição, vinde em auxílio destes pecadores que somos nós.
Dai-nos a humildade da conversão, a coragem da penitência.
Ensinai-nos a rezar por todos os homens.
Guiai-nos até as fontes da verdadeira vida.
Fazei de nós peregrinos em marcha dentro de vossa Igreja.
Incrementai em nós a fome da Eucaristia, o alimento nesta terra, o pão da vida.
Em Vós, ó Maria, o Espírito Santo operou maravilhas: por seu poder, Ele vos colocou junto ao Pai, na glória de vosso Filho, vivo para sempre.
Considerai com ternura as misérias de nossos corpos e de nossos corações.
Brilhai para todos, como uma doce luz, na hora da morte.
Com Bernardete, recorremos a Vós, ó Maria, com a simplicidade de filhos.
Fazei-nos entrar, como ela, na eterna bem-aventurança.
Então poderemos, já nesta terra, começar a sentir a alegria do Céu e, convosco, cantar: Magnificat!
Glória a Vós, Virgem Maria, ditosa serva do Senhor, Mãe de Deus, morada do Espírito Santo! Amém!

(Traduzido da página web do Santuário, www.lourdes-france.org)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Perante à Lei de Deus


Ó Jesus, ó Maria, ó José, Vós que sendo tão perfeitos e imaculados, cumpristes com a Lei de Deus - na apresentação do Menino Jesus no Templo e na purificação de Maria - no momento em que não era necessário, mas era uma determinação da Providência e Vós levastes vossa submissão e vossa obediência até lá. Dai-me a graça de que seja arrancado de minha alma esse relativismo, por onde eu começo a desfazer e a desfigurar a Lei de Deus para poder me encaixar melhor dentro do pecado.
Arrancai essa maldita tendência de dentro de minha alma e ponde em minha alma aquele senso do absoluto, aquele senso da rigidez moral, aquele senso da Justiça de Deus. Senso que me levará na hora da minha morte a vos olhar e vos dizer:
– “Eu tive minhas debilidades, mas tomo aqui como testemunha a Jesus, a Maria e José como eu no fundo quis ser justo, quis ser perfeito”.
Mas não vou querer aproximar-me de Deus no dia da minha morte, tapeando-me a mim mesmo e tentando enganar o próprio Deus a respeito da Lei que Ele me deu.
A Lei que Ele me deu é justa, a Lei que Ele me deu é implacável, a Lei que Ele me deu é soberana, e eu devo respeitá-la.

Meu Jesus, minha Mãe, meu Patriarca, fazei-me outro face à Lei de Deus”.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Visitai-me, Senhora!

“Ó Senhora, que em nenhum instante tivestes a menor dúvida, o menor receio, o menor medo de dizer sim à vontade de Deus, vede a minha fraqueza. Quantas e quantas vezes eu estou sendo convidado pela graça a seguir este ou aquele caminho? Eu vos peço, Senhora, que sejais para comigo benévola como o fostes para com vossa prima Santa Isabel. Visitai-me, Senhora! Visitai-me, ponde em minha alma as disposições que são vossas e dai-me a graça de ser flexível em relação às inspirações que a graça puser em minha alma. Que eu jamais negue, como vós também nunca negastes, tudo aquilo que me for pedido”.
 Mons João Clá Dias – 21/10/1999

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A apresentação do Menino Jesus no templo e a purificação de Maria

Mons. João Sconamiglio Clá Dias, EP

Meditação 

Sois a luz que brilhará nas trevas para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo - (Lc 2, 32).
- Meus olhos viram o Salvador, que preparastes, ó Deus, para todos os povos -. (Lc 2, 30s), exclamou o velho Simeão.

A Igreja comemora no dia 2 de fevereiro o duplo mistério da Apresentação de Jesus Cristo no templo e o da Purificação da Santíssima Virgem. Foi a oferta pública e solene de nosso divino Salvador, feita a Deus, no templo de Jerusalém, 40 dias depois de seu nascimento.
I - No Antigo Testamento...
A Lei Antiga continha dois preceitos relativos ao nascimento dos filhos primogênitos.
O primeiro prescrevia que a mãe se considerasse impura, e ficasse retirada em casa por quarenta dias, findos os quais devia ir ao templo purificar-se (Lv 12). Mandava o segundo que os pais do menino o levassem ao templo e ali o oferecessem a Deus (1); era a lei de Moisés, a qual mandava que todo o filho primogênito fosse oferecido ao Senhor (Ex 13, 2) e depois resgatado por cinco siclos de prata (Nm 18, 16), que equivalia a 20 dias de trabalho de São José.
Depois de Jesus ter nascido em Belém e de ter sido circuncidado oito dias após, Maria e José tiveram de cumprir esta dupla lei. Por quê toda família deveria cumprir estes ritos?
Esta norma da Apresentação era para lembrar aos Hebreus o prodígio acontecido em favor de seus pais, quando o Anjo exterminador feriu de morte, em uma noite, todos os primogênitos dos egípcios sem ferir os dos judeus. Foi a última das dez pragas que Deus enviou, devido à dureza do coração do Faraó, ao permanecer na decisão de não permitir a saída do povo judeu. Deus manda ao mesmo tempo, exigindo por meio de Moisés, que a partir daquela data todos os primogênitos deveriam ser entregues a Ele e depois resgatados por algum preço.
Enquanto que a purificação deveria ser feita pagando-se um tributo, que seria um cordeiro, ou se a família fosse pobre, duas rolas. Por isso que Maria sendo pobre, ofereceu ao Templo duas rolas.
Por que duas rolas? Uma era para cumprir a lei da purificação e a outra para uma oferta de holocausto.
Todos esses ritos parecem estranhos aos nossos olhos, mas Deus estabeleceu-os, por causa da dureza e rudeza daquela civilização basicamente campestre e pastoril.
1 - A lei da purificação
- Maria foi purificada - diz São Tomás - para dar exemplo de obediência e de humildade -
Essa Lei tinha sido imposta por Moisés, por inspiração divina, para as pessoas concebidas no pecado original. Ora, ali havia uma mãe sem pecado original e um Filho que vinha justamente para resgatar o pecado. Se nEla não havia mancha, nEle só havia luz! Eles podiam perfeitamente dispensar-se disso.
- Contudo, o que teria que ver as demais mães, a casta esposa do Espírito Santo, virgem na concepção de seu Filho, virgem no seu milagroso parto, sempre pura, e mais pura ainda depois de ter trazido no seu seio aquele Deus que é a mesma Pureza?(3)
- O parto virginal da Virgem preservara-a da menor sombra de impureza legal, e é evidente que Jesus não estava sujeito à Lei nem tinha que pagar nenhum resgate ou tributo, de quem estava isento por ser Filho de Deus, como Ele próprio dirá mais tarde a Pedro- (Mt 17, 24-27).(2)
Como Maria observa a lei da purificação?
- Maria e José abandonam a sua pobre casa de Belém, deliciosa habitação, onde tinham tão felizes dias, só com a roupa que tinham. O divino Menino Jesus nos braços de Maria ou de José. Mas, ó meu Jesus, que haverá de faltar, quem Vos possui, a felicidade eterna, Esplendor da glória do Pai?
- Põem-se a caminho de Jerusalém, cruzam com a gente que passa, sem prestar atenção, ao lado de uma família pobre, mas que não deixa por isso de se a primeira família do universo...
não estão preocupados com o que acham deles, se são estimados.
No céu, a Santíssima Trindade espera a mais digna oferenda, que as criaturas podiam dar-lhe!
A Santa Mãe de Deus se humilha...
-Apesar de sua augusta qualidade de Mãe de Deus, Maria para à porta do tabernáculo, como as outras mães de Israel, que não podiam entrar nele, antes de serem purificadas. Humilha-se diante do sacerdote, que ora por ela, como pelas outras; por ela é também oferecido o sacrifício de holocausto ou de adoração e o sacrifício pelo pecado. Vendo-a de joelhos, como se fosse uma penitente, no meio daquelas mulheres que precisavam fazer penitência; quem a tomaria pela Rainha dos Anjos e pela Santa Virgem das virgens?-
- Mas Deus conhece a sua pureza e isto lhe basta. Pouco importa a Nossa Senhora o que pensam dela os homens. Honra assim, a infinita Santidade do Senhor, em presença da qual toda a santidade das criaturas é menos que uma sombra -.
Quanta lição este mistério nos dá!?
a) Ensina-me a humilhar-me, a purificar-se cada vez que sou convidado a participar dos sacramentos, da celebração litúrgica.
b) Ensina-me a desprezar os juízos dos homens; eu sou o que sou diante de Deus; a opinião de meus semelhantes nada pode tirar-me nem dar-me.(3)
2 - A lei da Apresentação.
Eis que Maria se encaminha para Jerusalém a oferecer o Filho. Apressa os passos para o lugar do sacrifício, levando em seus braços a vítima tão amada.
E, depois que foram concluídos os dias da purificação de Maria, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor.(Lc 2, 22-24)
Entra no templo, aproxima-se do altar, e ali, toda cheia de modéstia, humildade e devoção, apresenta o Filho ao Altíssimo. Mas a puríssima Virgem o ofereceu de um modo diferente do das outras mães. Essas ofereciam os filhos, mas sabiam que esta oblação era uma simples cerimônia da lei, de modo que por meio do resgate os tornavam seus, sem receio de tê-los de oferecer à morte. Maria, pelo contrário, ofereceu seu Filho à morte realmente ... Ela estava certa de que o sacrifício que então fazia da vida de Jesus, consumar-se-ia no altar da cruz.
Ora, amando vivamente seu Filho, sacrificou a si própria a Deus, ao oferecer a vida de Jesus.(1)
Ela puríssima, concebida sem a mancha original; e quem não tem mancha não tem o que reparar, não tem do que se purificar. Quanto a Ele, é Deus! Como oferecê-Lo a Deus, sendo Ele o próprio Deus! Embora essas leis não se aplicassem à Sagrada Família, no entanto, puseram-se a campo. Como sabemos, o Menino Jesus possuía inteligência divina e era desejo Seu que se cumprisse a lei conforme o costume, como veremos no decorrer da meditação.
II- A lição da Sagrada Família!
Estariam obrigados ao cumprimento dessas duas leis: o Menino Jesus, Maria e José?
No que diz respeito a lei de Deus, não há palavras que exprima a fidelidade deles.
Eles não estavam obrigados a cumprir esta lei. Eles obedeceram porque tinham devoção pela lei e para nos ensinar o quanto devemos cumprir com perfeição esta mesma lei.
Nossa Senhora, puríssima, concebida sem a mancha original; e quem não tem mancha não tem o que reparar, não tem do que se purificar. Quanto a Ele, é Deus! Como oferecê-Lo a Deus, sendo Ele o próprio Deus! Embora essas leis não se aplicassem à Sagrada Família, no entanto, puseram-se a campo.
Como sabemos, o Menino Jesus possuía inteligência divina e era desejo Seu que se cumprisse a lei conforme o costume.
Aplicação: lição para nós do quanto devemos levar a sério as leis divinas, pois, e se as leis dos homens devem ser cumpridas com exatidão, muito mais ainda as leis de Deus. E essas foram gravadas em nossos corações, desde o momento em que nossas almas foram criadas.
1- Convite ao amor à Lei de Deus.
Quando o primeiro Mandamento nos diz: amaras ao Senhor teu Deus com toda a inteligência, com toda da tua vontade, com toda a tua sensibilidade, acima de todas as coisas, essa lei está impressa e no fundo de nossos corações. E quando nos apegamos a esses ou aqueles objetos, a essas ou aquelas pessoas, quando damos mais importância a uma amizade do que ao próprio Deus e, pior ainda, quando essa amizade nos leva ao pecado - portanto, a ofender a Deus levando-nos a afastar Dele - estamos violando uma lei que está gravada no mais intimo de nossas almas e procedendo exatamente ao contrário da Sagrada Família no momento em que entram no Templo.
2 - O Santo Simeão.
Encontramos na cena da Apresentação no Templo um ancião, que diz o Evangelho: - Ora havia então em Jerusalém um homem, chamado Simeão, e este homem era justo e temente a Deus e esperava a consolação de Israel -. (Lc. 2 - 25).
Justo na linguagem da Escritura, significa santo, portanto perfeito e que procurava seguir a lei de Deus com exatidão.
Justo e temente a Deus. Bastaria ser justo, mas o Espírito Santo põe na pluma de São Lucas o elogio deste temor de Deus. Por quê?

Porque não basta só o amor, não basta a santidade, não basta o desejo de andar bem, é preciso que haja o temor. É por isso que o Espírito Santo pelos lábios de São Lucas, elogia o velho Simeão em seu amor e também em seu temor.