quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Sublime intimidade entre o Menino e a Mãe


Dr. Plinio comenta o convívio entre o Menino Jesus e sua Mãe santíssima, Nossa Senhora do Bom Conselho de Genazzano
Nossa Senhora do Bom Conselho se apresenta a nós com uma invocação que, à primeira vista, talvez não pareça ter muita relação com o quadro. Este representa uma Rainha de um pequeno país balcânico, o que se nota na figura, nos ornamentos e, mais ainda, no tipo marcadamente oriental, com os olhos um pouco em amêndoa, e voltados para baixo.
Ela está com o Menino nos braços e numa atitude de muita intimidade, em que se tem impressão de que Ela esqueceu que é Rainha e Ele esqueceu que é Rei! Não que hajam pedido demissão ou abdicado da realeza. Mas, no momento, aquilo que está no fundo do espírito, na primeira plana da atenção e do modo de sentir, é o fato de que Ela é Mãe e Ele é Filho!
Profundeza de sentimento e de pensamento
Mais ainda — e é uma das coisas que mais me atrai no quadro —, há uma profundidade na intimidade de relacionamento, pela qual se sente até o fundo da alma d’Ela: Ela é Mãe, e Mãe daquele Filho, quer bem àquele Filho; e até o fundo da alma d’Ele: Ele é Filho, e Filho daquela Mãe! Há entre Eles uma união de alma, que explica a tranquilidade e quase a imobilidade daquele afeto.
Ou seja, é um afeto que chegou tão ao fundo, que Eles não têm nada para dizer entre Si. Estão quietos e apenas querendo-Se bem, mais nada, como quem nota que, de parte a parte, o conhecimento e o afeto mútuos chegaram até o fim. E que, portanto, não há mais o que considerar. É só fruir uma bem-aventurada delícia daquele mútuo entendimento e mútuo estar juntos!
Nesse ponto, o artista foi muito delicado porque, pintando o Menino com todas as feições de criança daquela idade, e nada de comum com o hominho precoce, vê-se n’Ele uma profundeza de sentimento e de pensamento, que o homem feito não tem. E que corresponde inteiramente à Doutrina Católica sobre o Homem-Deus.
A unidade das naturezas divina e humana na mesma Pessoa traz, como consequência, que aquele Menino, daquela idade, concebido sem pecado original, e que, portanto, não passou por nenhuma das debilidades e das — eu digo no sentido etimológico latino — imbecilidades, das fraquezas da infância, tenha a profundidade do sentir. Ele está tão consciente do que é uma mãe, do que é aquela Mãe, quais as profundezas de alma que Ela oferece a Ele; e Ele entra tão a fundo nessas profundezas que se põe na mão d’Ela como uma criança!
Quadro que tem um voo sobrenatural extraordinário
Com um sublime paradoxo: Ele é criança para tudo, exceto para entender e querer as coisas sublimes, extraordinárias. De maneira que não me espanta que Ele quisesse precisar d’Ela para os serviços mais modestos. Porque é assim que se compagina a condição de criança no Menino-Deus. E o quadro exprime isto admiravelmente. É uma obra de arte mediana, mas tem um voo sobrenatural extraordinário!
O afresco nos dá bem a noção da relação entre Eles. O modo como Nossa Senhora O carrega é o de uma pessoa que leva um tesouro de um valor infinito; mas é uma pessoa muito generosa. Se supusermos um indivíduo levando um tesouro, nós o imaginamos agarrado ao tesouro, e voltado a impedir que alguém o roube; e sua atitude é de quem diz para qualquer um: “Isto é meu, não é seu! Não chegue perto e não amole, porque é meu!”
Nossa Senhora não. Ela O segura com muito cuidado, muita delicadeza, de maneira tal que nada se passa n’Ele, ou em torno d’Ele, que Ela não note imediatamente; uma vigilância materna dulcíssima! Mas Ela não deixa ver a menor preocupação de que Lhe tirem o tesouro. Ela sabe que é desses tesouros que quando se compartem não se dividem. E uma vez dado, ele fica inteiramente com quem deu, e inteiramente a quem foi concedido. De maneira que, sem propriamente mostrar o Menino, a própria posição do rosto d’Ela foi calculada com cuidado para que não ocultasse nada da face do Menino. E que o Menino ficasse em primeiro plano e Ela no segundo.
E, pelo respeito e pela seriedade tranquila, distendida e afetuosa com que Ela O carrega, vê-se que Ela tem uma noção inteira de que está levando o Filho de Deus. E que O adora com o mais profundo respeito.
Mas, de outro lado, Ela tem a sensação de estar de tal modo penetrada pelo afeto d’Aquele a quem Ela respeita, que Se sente desembaraçada para, sem nenhuma vacilação, nenhum acanhamento, dar ordens ao seu próprio Deus. De maneira que Ela delibere quando é hora de deitá-Lo ou tirá-Lo do Presépio; se é hora de dormir ou não. E Ela, sabendo que é nada, ou como que nada, para o Deus d’Ela diz: “Meu Deus, chegou a hora de dormir!” E Ele, cuja natureza humana está hipostaticamente ligada à natureza divina, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, fecha os olhos e dorme, porque sua Mãe mandou.
Desdobramentos da Encarnação
Todas essas possibilidades estão contidas no “et Verbum caro factum est, et habitavit in nobis”. Quando São João diz no prólogo de seu Evangelho: “O Verbo de Deus se fez carne, e habitou entre nós”1, todo esse celeste turbilhão de relações vertiginosas, admiráveis e dulcíssimas será contido na Encarnação, são desdobramentos da Encarnação.
Não conhecemos detalhes do convívio entre Eles, mas é possível, por exemplo, que Ele, com um pouco mais de idade, na hora de brincar — e era Deus querendo brincar! — não tenha dito a Ela o que queria, como não diz uma criança que não sabe ainda falar. E que Ela, por amor, precisou adivinhar que Ele queria uma bola. E que tenha arranjado uma bola para Ele.
Podemos imaginar Nossa Senhora e São José confabulando sobre o tamanho, o diâmetro da bola, de que matéria seria, como fazer a bola oca, para não ficar muito pesada para a mãozinha d’Ele, etc. Mas ambos já imaginando em cima desta bola uma cruz, como se haveria de ver depois nas mãos de incontáveis reis da Terra!
Ou, então, Maria Santíssima prestando atenção para saber de que comida Ele gostava mais. Ou fazendo oração para pedir a Ele que Lhe desse o conhecimento de qual era a refeição que Ele queria comer naquele dia. E Ele talvez fazendo dificuldade para falar; de repente, dizendo a Ela uma palavra qualquer, própria de criança, mas na qual Ela percebia misteriosamente que queria dizer: “Não sabeis, minha Mãe, que Eu vim à Terra para sofrer?”

Ninguém pode calcular o que foram as relações dessa infância, os mistérios, as sublimidades... Deus brincando! A Escritura diz que, antes de todos os séculos, Deus, que é a Sabedoria, brincava na superfície de Terra2. Mas daí a uma bolinha feita na oficina de Nazaré... Que diferença!
Continua no próximo post.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Maria vela para completar o número dos eleitos

Apóstolo São João descreve com estas palavras uma visão divina: “Apareceu um grande sinal no céu: uma mulher revestida do Sol, a Lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12, 1). Todos sabem que essa mulher simboliza a Virgem Maria, a qual, permanecendo virgem, concebeu nossa Cabeça.
Continua o Apóstolo: “Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz” (12, 2). São João via, pois, a Santíssima Mãe de Deus já na felicidade eterna e, entretanto, atormentada por um misterioso parto. Que parto? Por certo, o nosso; de nós que, retidos ainda neste exílio, precisamos ser gerados para o perfeito amor a Deus e a eterna felicidade.
Quanto às dores do parto, são símbolo do ardor e do amor com os quais Maria vela sobre nós no alto dos Céus e trabalha com infatigáveis preces para completar o número dos eleitos

São Pio X, Encíclica “Ad diem illum lætissimum

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Feliz Porta do Céu

Na hora bendita entre todas as horas, de um modo só conhecido por Deus, a Mulher bendita entre todas as mulheres, a Feliz Porta do Céu e sempre Virgem — como A exalta o cântico “Ave Maris Stella” — torna-Se, efetivamente, Mãe de Deus, pois a maternidade se completa quando Maria Santíssima dá ao mundo o Filho que Ela gerou.
Há uma belíssima música de Natal que canta de modo muito expressivo, como uma melodia vinda do alto: “Aparuit! Aparuit!” Afinal, apareceu na manjedoura o Verbo de Deus encarnado!

Plinio Corrêa de Oliveira – Extraído de conferência de 2/7/1995

domingo, 18 de dezembro de 2016

Concepção Imaculada de Nossa Senhora

O Menino Jesus é o pequeno, com todo o encanto do grande e do majestoso! Nossa Senhora é a flor e a pérola da Criação! A Concepção Imaculada de Nossa Senhora... são tais abismos de graça que o mar é um vil dedal de água em comparação com Ela.
Plinio Corrêa de Oliveira - 23/4/88

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A Sagrada Família, exemplo nas dificuldades da vida


Eis um aspecto maravilhoso da família quando se desenvolve em torno de um eixo: a Lei de Deus, o próprio Deus. São José, obediente, de nada se queixa; Nossa Senhora toma os reveses com inteira cordura e submissão; e o Menino Jesus Se deixa conduzir e governar por ambos, sendo Ele o Criador do universo. Nós também devemos, portanto, ser flexíveis à vontade de Deus e estar dispostos a aceitar com doçura de coração, com resignação plena e total, os sofrimentos que a Providência exigir ao longo de nossa vida. Esta atitude diante da cruz é a raiz da verdadeira felicidade, bem-estar e harmonia familiar, e atrai sobre cada um de nós graças especialíssimas que nos restauram as almas, curando-as das misérias e firmando-as rumo ao Céu.
Peçamos à Sagrada Família que, por sua intercessão, floresça nas famílias de toda a Terra a sólida determinação de abraçar sempre mais a via da santidade, da perfeição e da virtude, buscando em primeiro lugar o Reino de Deus e de Maria, na certeza de que, em compensação, o resto virá por acréscimo.

Mons João Clá Dias - Texto extraído do Comentário ao Evangelho – Festa da sagrada Família de Jesus, maria e José

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

Pensa-se geralmente que João Diego era um indígena “pobre” e de “baixa condição social”. Contudo, sabemos hoje, por diversos testemunhos, que ele era filho do rei de Texcoco, Netzahualpiltzintli, e neto do famoso rei Netzahualcóyolt. Sua mãe era a rainha Tlacayehuatzin, descendente de Moctezuma e senhora de Atzcapotzalco e Atzacualco. Nestes dois lugares João Diego possuía terras e outros bens de herança.
A este representante das etnias indígenas do Novo Mundo, a Mãe de Deus apareceu há quase quinhentos anos, trazendo uma mensagem de benquerença, doçura e suavidade, cuja luz se prolonga até nossos dias.
Para compreendermos a magnitude da bondosa mensagem de Nossa Senhora, devemos transladar-nos ao ambiente psico-religioso daquele tempo. De um lado, as numerosas etnias que habitavam o vale de Anahuac, atual Cidade do México, haviam vivido durante décadas sob a tirania dos astecas, tribo poderosa, dada à prática habitual de sangrentos ritos idolátricos. Anualmente, sacrificavam milhares de jovens para manter aceso o “fogo do do sol”. A antropofagia, a poligamia e o incesto faziam parte da rotina de vida desse povo.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Mãe admirável

Não há maravilha mais autêntica do que a alma verdadeiramente maravilhável. Essa tem o amor de Deus, pois a perfeita Caridade consiste em maravilhar-se humilde e desinteressadamente com as coisas divinas. Não só com as invisíveis conhecidas pela Fé, mas também com as visíveis que Deus colocou ao nosso alcance.
Eis a virtude, tão fundamental para a alma contrarrevolucionária e para o espírito católico, que devemos procurar e pedir a Nossa Senhora que, como ninguém, foi a mais maravilhável das almas.
Se Deus concedeu a Maria Santíssima o Menino Jesus para encerrar-Se no seu claustro virginal, passar sua infância ao lado d’Ela, viver trinta anos maravilhando-A, é porque Ela possuía uma potência de maravilhar-Se que estava na proporção dessa maravilha. Compreende-se, assim, qual era a capacidade de maravilhar-Se de Nossa Senhora.

Resultado: tornou-Se maravilhosa. Por isso todas as gerações a chamarão Bem-aventurada (Cf. Lc 1, 48). Pelo desinteresse com que Maria amou, pela humildade com que Ela admirou, tornou-Se admirável.
Plinio Corrêa de Oliveira

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Misericordiosa Mãe


Ainda que não nos lembremos de Nossa Senhora, Ela está Se lembrando de nós do alto dos Céus, pedindo por nós com uma misericórdia que nenhuma forma de pecado pode esgotar. Basta nos voltarmos para esta misericordiosa Mãe para que, cheia de bondade, Ela nos atenda e nos limpe a alma, dando-nos força para praticarmos a virtude e nos transformarmos de pecadores em homens bons.

Plinio Corrêa de Oliveira

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Oração a Nossa Senhora do Bom Conselho

Ó Mãe do Bom Conselho, eu Vo-lo suplico: falai no mais íntimo da alma deste vosso filho e escravo.
Tornai, assim, sempre presente a meu espírito a convicção de que são objetivas — e não meros frutos da imaginação — as graças que, segundo firmíssima tradição, concedeis a vossos devotos pelas “mudanças” de vossa fisionomia.
Convencei-me de que podeis instilar, desta forma, nas almas, convicções de confiança e paz que valham por verdadeiras promessas vossas.
Tendo em vista os auxílios providenciais que em várias ocasiões inesperadamente me concedestes, peço-Vos que acresçais ainda mais minha confiança, de sorte que ela se torne inabalável em todas as ocasiões.

Pela virtude dessa confiança, dai-me a certeza de que, através de graças avassaladoras, tornar-me-eis um perfeito cavaleiro vosso; exorcizai e enviai para longe de mim qualquer influência diabólica; e uni-me cada vez mais a Vós, para Vos servir na Terra e Vos louvar no Céu. Assim seja.
Plinio Corrêa de Oliveira

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Como iniciar o Rosário

O modo ideal de começar a rezar o Rosário é oscular o Crucifixo, pedindo a Nossa Senhora que seja intermediária Nossa e que esse ósculo seja dado por intermédio d'Ela para ser grato a Ele. Depois, começamos as orações do Rosário em união com Maria e por intermédio de Maria, de maneira tal que toda a oração se faça por esta forma; os 3 terços do Rosário.

Plinio Corrêa de Oliveira - 10/03/1984

sábado, 26 de novembro de 2016

A importância da Medalha Milagrosa

Plinio Corrêa de Oliveira conta um fato extraordinário de uma moça que foi confessar-se e São João Maria Vianney disse para ela:
— Minha filha, você se lembra de que esteve em tal ocasião num baile?
Podemos imaginar a sensação dela. E continuou ele:
— Lembra-se de que, em certo momento, entrou na sala de baile um rapaz muito bem apessoado, elegante, correto, e dançou com várias moças?
— Sim, lembro-me.
— Lembra-se de que você teve muita vontade de que ele dançasse consigo?
— Lembro-me.
— Lembra-se de que o rapaz não o fez, e por isso você olhou para ele com uma espécie de tristeza? E, na hora de ele sair da sala, fitando incidentemente os pés dele, notou uma luz azul que lhe saía dos pés?
— Lembro-me.
— Aquele homem era o demônio, que tomou a forma humana e dançou neste baile com várias moças. Ele não lhe pediu para dançar porque você é Filha de Maria e estava com a Medalha Milagrosa no peito.
São João Maria Vianney estava revelando um passado que não podia conhecer; logo, isso não podia deixar de ser verdade.


Plinio Corrêa de Oliveira - Extraído de conferência de 6/10/1990

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Encontro da esperança com a realidade



A festa da Apresentação de Nossa Senhora tem uma beleza especial. Maria Santíssima, a raiz de Jessé da qual haveria de nascer o Messias, é apresentada no Templo, a instituição incumbida de guardar a Promessa. Recebendo Aquela que representa o primeiro passo rumo à realização da Promessa, houve no Templo o encontro da esperança com a realidade.
Nossa Senhora consagra ao serviço de Deus sua alma insondavelmente santa, fazendo penetrar no Templo a luz incomparável de sua santidade. Começa, então, a preparação d’Aquela que viria a ser a Mãe do Salvador.
Nesta comemoração, devemos apresentar nossas pessoas à Santíssima Virgem para que Ela se digne aceitar e assumir a tarefa da nossa santificação, como foi feito pelo Espírito Santo com Ela, no Templo de Jerusalém.
Plinio Corrêa de Oliveira – Extraído de conferência de 20/11/1965

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Medalha Milagrosa



Conheça a história da Medalha Milagrosa. A aparição de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré. 
Assista ao vídeo.



sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Fazendo a vontade de Deus

Prece a Nossa Senhora que se encontra a caminho da gruta de Belém:
 “Senhora, vós vos encontrais na situação a mais simples possível de uma criatura humana, sobre um asno. Mais simples do que isso, o que poderia ser? Entretanto, vós nessa situação sois o mais belo de todos os tabernáculos que Deus poderia ter criado: em vosso claustro materno se encontra o Criador, o Redentor, o Senhor dos anjos e dos homens; Aquele que os anjos e os bem-aventurados louvam e louvarão por toda a eternidade.
“Contudo, vossa aparência é de calma, tranquilidade, paz, serenidade, resignação. Vós não vos preocupais com a gruta que vos está sendo preparada, vós não vos afligis pelo fato de ser introduzida num ambiente que não vos é digno, vós aceitais tudo como se fosse da vontade de Deus.
 “É certo que Vós pedistes que o Menino Jesus pudesse ter um lugar digno para nascer. No entanto, quando vós vistes que era vontade de Deus que Ele nascesse num lugar tão pobre quanto uma gruta, imediatamente Vós pusestes vossa vontade pronta a entrar em consonância com aquilo que era vontade de Deus.
“Minha Mãe, dai-me a graça de ter este vosso estado de espírito, disposto a aceitar tudo o que me for dado como um desígnio altíssimo de Deus, e que eu, na hora, possa não entender, mas que mais tarde, me será explicado.
Que as portas de minha alma não sejam como as portas dos judeus daqueles tempos, que se negaram a receber dentro de seu recinto o Criador do Céu e da Terra, nosso Redentor. E que vós possais encontrar no ambiente de minha alma uma receptividade ainda maior do que a gruta de Belém vos deu”.

Mons João Clá Dias 2/12/1999

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

As pessoas que se unem a Nosso Senhor, por meio de Maria, fazem maravilhas


Os meios naturais e humanos nos foram dados pela Providência para serem usados por nós, dentro do espírito que Deus nos concede e para a finalidade que a Providência tem em vista. Portanto, o efeito das influências da ação da graça do Sagrado Coração de Jesus, através do Coração Imaculado de Maria, nas nossas almas, consiste em dar a toda criatura um uso excelente.
Digamos que num país haja uma serrania com muitos cristais, e o povo comece a trabalhar naquilo. Se eles tiverem almas profundamente influenciadas pelo Sagrado Coração de Jesus, por meio do Imaculado Coração de Maria, acaba acontecendo que o trabalho deles vai dar em cristaleiras excelentes.
Uma coisa é positiva: basta haver almas que se unam bem a Nosso Senhor, por meio de Nossa Senhora, que elas acabam fazendo maravilhas! Grandes ou modestas maravilhas, pois saber fazer também pequenas maravilhas, amá-las e extasiar-se com elas é próprio da alma verdadeiramente católica.

Seria mais ou menos como um pai que tem um filho de quatro ou cinco anos e, no seu aniversário, o filho verboso lhe escreve uma cartinha com pretensões literárias. Pode ser uma pequena maravilha, mas o pai fica tão comovido — e eventualmente até mais — como se tivesse um filho que escrevesse um artigo sobre ele num jornal. São as pequenas maravilhas de que Deus encheu a Criação.
Plinio Corrêa de Oliveira – Extraído de conferência de 19/12/1985

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O celeste rosto de Maria

Quantas vezes o reflexo de um castelo nas águas de um lago é mais belo que o próprio edifício!
Ao caminhar sobre o mar de Tiberíades, Jesus refletiu-se nas águas, Entretanto, Ele era mais belo do que o reflexo.
 Sem dúvida, isto seria verdade em quaisquer águas do mundo: do Danúbio, do Sena, do Tejo, do Guadalquivir, do Reno, da Baía da Guanabara, e de tantos lugares magníficos da Terra.
Mas o que seria verdade em todos os mares da Terra, não o era apenas num “mar”, maior do que todos eles, entretanto, tão menos extenso: Maria. Porque quando Nosso Senhor olhava para sua Mãe Santíssima, coisas que só Ela compreendia n’Ele se refletiam no semblante d’Ela. E quem olhasse para o celeste rosto de Maria teria como que uma porta de acesso de ouro, para compreender os mistérios da Sagrada face de Jesus!
Em Maria, só em Maria, mas plenamente em Maria, alguém olhando veria algo que Jesus manifestava a Ela e àqueles que sabem procurá-Lo n’Ela.
Plinio Corrêa de Oliveira – extraído de conferência -27/09/1980
                                                                            


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Nossa Senhora Auxiliadora

Nossa Senhora Auxiliadora. Aqui está a solução! Sendo eu ordinário como sou, é a solução para sempre. Porque se eu não me apegar a Ela, tudo está perdido! Mas pelo trato, pelo jeito, pela bondade d’Ela, sinto que, por eu ser tão ordinário, tão fraco, tão ruim, ter essa semente de mal em mim tão marcada como eu vejo, Ela tem uma pena especial. E enquanto meço a profundeza das minhas chagas, Ela sorri para mim e como que me diz:

“Meu filho, é verdade, você tem razão. Mas muito mais Eu sou boa do que você é ruim! E passo por cima disso, o afago, lhe quero bem, trago-o para junto de Mim.”
Plinio Corrêa de Oliveira – Extraído de conferência de 12/4/1989

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

E no seio materno sempre santa

E no seio materno sempre santa
Afirma o eminente mariólogo que “a remissão do pecado original não se pode fazer sem a infusão da graça santificante. Por isto a Imaculada Conceição não se distingue, na realidade, da primeira santificação da Mãe de Deus, e se pode chamar sua graça original” 43.
Maria, santa desde o primeiro instante de sua vida
Os Santos e outros abalizados autores, de diversas maneiras exprimiram essa doutrina.
Em um de seus arrebatadores sermões dedicados a Nossa Senhora, São Tomás de Villanueva ensina: “Era necessário que a Mãe de Deus fosse também puríssima, sem mancha, sem pecado. E assim não apenas quando donzela, mas em menina foi santíssima, e santíssima no seio de sua mãe, e santíssima em sua concepção. Pois não convinha que o santuário de Deus, a mansão da Sabedoria, o relicário do Espírito Santo, a urna do maná celestial, tivesse em si a menor mácula. Pelo que, antes de receber aquela alma santíssima, foi completamente purificada a carne até do resíduo de toda mancha, e assim, ao ser infundida a alma, não herdou nem contraiu pela carne mancha  alguma de pecado, como está escrito: «Fixou sua habitação na paz (Si. LXXV,  3). Quer dizer, a mansão da divina Sabedoria foi construída sem a inclinação para o pecado”.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Antegozo do Céu

O que pensaríamos se estivéssemos diante de Nossa Senhora?
Imaginar, por exemplo, Nossa Senhora, que foi virgem antes, durante e depois do parto. Durante o nascimento de Nosso Senhor Ela se conservou virgem; como esse mistério se deu?!
Outro episódio da vida de Maria Santíssima: quando Ela notou a perplexidade de São José, viu seu esposo passar por aquele sofrimento sem nome, e percebeu a santidade dele que não duvidou d’Ela em nenhum momento. O demônio com certeza queria que ele duvidasse de Nossa Senhora; São José não duvidou em nenhum instante, mas resolveu retirar-se. E a tristeza com que ele se acomodou sobre a cama para dormir, antes de partir pela estrada para o desconhecido, porque era o homem que estava colocado na maior perplexidade que houve na História.
Quem sabe se Ela o olhou dormindo em paz, mas afogado na dor? E se Ela de repente notou — quando já era quase madrugada, perto da hora de ele se levantar e partir, no último sonho noturno — a fisionomia de São José se iluminar como um sol, e percebeu que na última hora Deus teve pena dele e revelou-lhe o que havia?
Ele no sonho viu o Anjo, não acordou logo, mas pouco depois um vulcão de alegria estourou dentro dele. São José ficou junto à porta do quarto de Nossa Senhora prostrado, à espera do momento em que Ela saísse, osculou o chão e os pés d’Ela, e a Virgem Santíssima entendeu tudo e nunca falaram sobre nada. É uma coisa para lá de sublime!
Conversar sobre temas desses é antegozar o Céu. Imaginem a hora em que cheguemos ao Paraíso e vejamos, de repente, São José com aquele bastão e aqueles lírios, cercado de uma coorte intérmina de Anjos, mas com uma alegria enorme no olhar porque estava vendo Nossa Senhora a pouca distância dele. E um pouco mais adiante Nosso Senhor, que sem ser filho dele segundo a carne, mas sim segundo a lei, sorriu para ele e disse: “Meu pai!”

Só de vermos essa cena teríamos uma felicidade própria para encher a eternidade.
Plinio Corrêa de Oliveira - Revista Dr Plinio n. 202