terça-feira, 24 de junho de 2014

Maria, terra Vós sois, bendita…

Comentário ao Pequeno Oficio de Nossa Senhora
Maria, terra Vós sois, bendita…
Terra cheia de riquezas e benefícios
Com o presente louvor evocamos, uma vez mais, a relação entre a Santíssima Virgem e o Paraíso Terrestre.
“A natureza de Maria não se assemelhava à nossa terra ingrata e amaldiçoada, que não produz senão abrolhos e espinhos, e que, para nos dar algum fruto, espera que uma fatigante cultura os extirpe de seu seio; esta terra que tantas vezes desengana nossas esperanças e que não corresponde a nossos desejos senão com uma desoladora esterilidade.
“A natureza de Maria era, pelo contrário, uma terra fecundíssima, semelhante à que se oferecia aos olhares de nossos primeiros pais, quando ainda inocentes: posta sob um céu propício, umedecida por benéfico rocio, coberta de encantadoras messes, ansiosa por distribuir suas riquezas, por exceder às aspirações deles, sem precisar de seus trabalhos, não se cansando jamais de lhes prodigalizar tudo que fosse necessário” .
Terra irrigada por mananciais: a plenitude de graça em Maria
Segundo o Doutor Seráfico, “a Virgem Maria foi terra muito regada por mananciais, devido à sua plena santificação. Para figurá-La se diz no capítulo II do Gênesis: «Nem havia homem que cultivasse a terra. Mas desta saía uma fonte, que regava toda a superfície da terra».
“Essa terra não trabalhada pelo homem foi a Virgem Maria, que não conheceu varão, à qual desceu e da qual subiu uma fonte de águas vivas e o rio da divina graça, que é manancial de água que correrá até a vida eterna. Este regou toda a superfície da terra, porque não só santificou a alma da Virgem, como também seu corpo, para que concebesse o Filho, sem mancha alguma de concupiscência.
“Foi, portanto, cumulada de graça, como terra regada por chuva celestial, segundo o profetizou o Salmista, inspirado pelo Espírito Santo: «Visitaste a terra, e a inebriaste (com chuvas benéficas), encheste-a de toda a sorte de riquezas». Porque o Espírito Santo não apenas A santificou, como também A fez transbordar de graça, para que pudesse comunicá-la aos demais. [...]
Terra de fertilíssima fecundidade
“A Santíssima Virgem Maria foi terra de fertilíssima fecundidade em razão de sua concepção frutuosíssima, segundo o que diz o capítulo XLV de Isaías: «Derramai, á céus, dessas alturas o vosso orvalho, as nuvens façam chover o justo; abra-se a terra, e brote o Salvador».

Continua no próximo post

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Maria: O cedro da pureza rara

 O cedro da pureza rara
Além da elegante folha da palmeira, encontramos outro gracioso símbolo da Santíssima Virgem nesta passagem do Eclesiástico (XXIV, 17): “Elevei-me como o cedro do Líbano”.
Símbolo da inalterável pureza de Maria
“O cedro domina todas as árvores da floresta, ele se alça a extra ordinárias alturas; sua madeira é de uma essência incorruptível. Ele representa a santidade incomparável de Maria, que excede em perfeição a dos Anjos e a dos Santos; e [simboliza] também sua inteira isenção de todo pecado e sua inalterável pureza. [...]
“Pureza completa de corpo, de alma, de pensamentos, de afetos, de olhares, de palavras e de ações.
“Pureza constante, que nunca padeceu sombra ou eclipse, mas que sempre brilhou de renovado fulgor: em sua Imaculada Conceição, em sua natividade, em sua estadia no templo, durante o santo casamento com São José, até ao último instante passado sobre a Terra.
“Pureza supereminente, [...] de uma sublimidade incomparável. Ela está tanto acima das meras criaturas humanas, das Agatas, das Cecílias, das Filomenas, tanto acima do mais santo dos Anjos, quanto o céu está acima da terra!”
Cedro incorruptível, odorífero e elevado
Nossa Senhora pode ainda ser comparada ao cedro, “porquanto tem com realidade mais perfeita as qualidades que se atribuem a esta árvore. São elas: incorruptível pela preservação total do pecado; odorífero pela superabundância das virtudes e dos dons, sempre verde e viçosa pela influência da graça; elevado pela contemplação das coisas celestes.
“O cedro, sendo imune contra a corrupção, foi empregado na construção do templo de Jerusalém. Maria é o templo no qual a Divindade esteve mais ultimamente presente que no templo de Jerusalém. Portanto, também por este título merece ser chamada cedro” 1
Altíssima dignidade e vitoriosa intrepidez
Por fim, consideremos outras duas características de Nossa Senhora enquanto simbolizada pelo cedro. Interpretando a referida passagem do Eclesiástico, escreve São João Eudes: “O Espírito Santo faz dizer à Virgem que Ela, depois de seu Filho, é semelhante aos cedro do Líbano, para nos dar a entender a sublime altura de sua dignidade e santidade”.

E o Pe. Jourdain comenta: “Maria foi exaltada em glória e em graça acima de todas as criaturas. «Elevei-me como o cedro do Líbano». disse Ela, cujo odor põe em fuga a antiga serpente, o demônio. Ela se elevou como o cedro, para lutar contra esse temível inimigo” ».
1) Do PEQUENO OFÍCIO DA IMACULADA CONCEIÇÃO em latim e português com comentários. São Paulo: Paulinas, 1956. p. 127-128.

domingo, 15 de junho de 2014

Contínuo exercício de paciência

Continuação dos comentários ao Pequeno Oficio da Imaculada
Ainda acerca dessa heroica virtude da Co-redentora, ensina Santo Afonso de Ligório que, “sendo a Terra lugar de merecimentos, é com razão chamada vale de lágrimas, porque nós todos aqui fomos postos para sofrer, e por meio da paciência conquistar a vida eterna para nossas almas. Pois, não disse o Senhor (Lc 21, 19): Por vossa paciência possuíreis vossas almas? Deu-nos Ele a Virgem Maria para exemplo de todas as virtudes, mas principalmente para modelo de paciência.
“Entre outras reflexões, diz São Francisco de Sales que Jesus, nas bodas de Caná, só dirigiu à Santíssima Virgem uma resposta, na qual parecia fazer pouco caso de seu pedido: «Mulher que nos importa isso, a Mim e a ti?A minha hora ainda não chegou». Fê-lo para nos dar um exemplo da paciência de sua Mãe Santíssima.
“Mas, por que citar detalhes particulares? Toda a vida de Nossa Senhora foi um Contínuo exercício de paciência. Segundo a revelação do Anjo a Santa Brígida, a Bem-aventurada Virgem sempre viveu entre as tribulações. Tal como entre os espinhos viceja a rosa, viveu assim entre padecimentos contínuos a Mãe de Jesus. Só a compaixão com as penas do Redentor foi bastante para torná-La mártir da paciência. Daí a palavra de São Bernardino de Siena: A crucificada concebeu o Crucificado. Bastava sua assistência a Jesus moribundo no Calvário, para fazer conhecer quanto foi constante e sublime sua paciência. Foi então, precisamente pelos merecimentos de sua paciência, que se tornou Maria nossa Mãe e nos gerou à vida da graça, diz Santo Alberto Magno.
Imitemos a paciência de Maria Santíssima
“Se, pois, desejamos ser filhos de Maria, é necessário que nos esforcemos por imitá-La na paciência.

“E qual dos meios é o melhor para aumentar os cabedais de nossos méritos nesta vida e de glória na outra, senão o sofrer os trabalhos com paciência? «Eu hei de cercar teu caminho com espinhos», é um palavra de Deus a Oséias, a qual, na opinião de São Gregório Magno tem valor a respeito de todos os eleitos. A cerca de espinhos guarda a vinha, e assim Deus circunda de tribulações a seus servos, para que não se apeguem à terra. De modo que a paciência nos livra do pecado e do Inferno, conclui São Cipriano” 1
1) LIGÓRIO, Afonso Maria de. Glórias de Maria Santíssima. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1964. p. 355-356.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Nossa Senhora do Sagrado Coração

O nome de Maria tem esse poder mágico sobre o coração de Deus. Deus Filho, Jesus Cristo, entrega tudo o que tem àqueles que Lhe estendem a mão em nome de sua Mãe; Deus Pai, fonte de toda riqueza, concede toda graça àqueles que mendigam diante d’Ele invocando o nome de sua Filha bem-amada.

Pe. Jean Guibert

quarta-feira, 4 de junho de 2014

De Maria, nunquam satis

Desde toda a eternidade, a Trindade Santíssima idealizou uma criatura que reunisse em Si a santidade, a pureza e o esplendor contidos em todo o universo, e assim o fez, adornando a criação com o panorama mais belo e completo que jamais mente humana ou angélica poderia conceber: Maria Santíssima.
Maria! A Mãe de Deus, a Virgem das virgens, Espelho da Justiça, Consoladora dos aflitos, Porta do Céu e Estrela da Manhã.
Maria! Quanta variedade, beleza e perfeição, contidas nesse Nome! Diante d’Ela, a corte celeste se inclina, a Terra se rejubila e o inferno estremece.
Abaixo da Pessoa Divina de Jesus Cristo, Homem-Deus, nada existe na ordem do criado ou do possível, que a Ela possa se assemelhar.
De Maria, nunquam satis” — d’Ela não há o que baste, exclamou o grande São Bernardo de Claraval, cantor amoroso de Nossa Senhora e doutor marial por excelência. E nós também queremos proclamar:

“Ó Rainha e Mãe nossa, obra-prima do Criador e pináculo da ordem do universo! Não foi apenas a Santíssima Trindade quem Se beneficiou com vossa criação. Nós também, Senhora, desejamos Vos reconhecer como Imperatriz cheia de grandeza e majestade, mas também como Mãe perfeitíssima, transbordante de compaixão e misericórdia, que jamais deixais de atender as súplicas de vossos filhos, e a eles prometestes vosso Reino sobre a Terra, quando anunciastes em Fátima: Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”.