sábado, 30 de março de 2013

Maria: Verdadeira criação no Espírito Santo


Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada
Ele próprio A criou no Espírito Santo
Verdadeira criação no Espírito Santo
Referindo-se à miraculosa origem de Nossa Senhora, em virtude de sua Imaculada Conceição, observa Fr. Bernard, O. P, que esta foi “uma verdadeira criação no Espírito Santo, da qual resultaram a mais santa infância e a mais santa adolescência, como nunca se viu semelhantes, e como jamais se há de ver”
É o que, em outros termos, afirma São João Eudes: “Assim como Jesus foi predestinado para ser Filho de Deus por obra do Espírito Santo, assim Maria foi animada e possuída do mesmo Espírito, desde o primeiro instante de sua vida, o qual A encheu de suas graças e A santificou sempre mais e mais, durante o curso de sua infância, para dispô-La a conceber e dar à luz o Verbo Eterno e a ser Mãe de Deus”
O santo franciscano Fr. Maximiliano Kolbe (1894-1941), bela e ousadamente assinala essa íntima união da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade com Nossa Senhora: “Poder-se-ia quase dizer que a Imaculada é a Encarnação do Espírito Santo” 76
O mesmo autor, em outro passo acrescenta:
“Na alma da Imaculada, o Dispensador de todas as graças — o Espírito Santo — inabitou desde o primeiro instante da existência d’Ela, assumindo-A e penetrando-A de tal maneira, que o nome de Esposa do Espírito Santo significa apenas um remoto, tênue e imperfeito — embora verdadeiro — esboço desta união” E
 E A representou maravilhosamente em todas as suas obras.
Excelso compêndio da criação
Comentando a passagem dos Provérbios (VIII, 22-31) usada pela liturgia na celebração da Natividade de Nossa Senhora, escreve São João Eudes:
“[Maria] estava presente com o Criador do universo, quando Ele firmava os céus, regulava o movimentos dos astros, e cercava os abismos; quando formava o ar e os ventos, e dava consistência às nuvens no alto; quando fixava ao mar seus limites, para que as águas não ultrapassassem seu termo; quando assentava os fundamentos da terra.
“Como se entende isto? De que maneira esta sagrada Virgem estava com Deus na criação do mundo, e de que maneira fez tudo com Ele?
“Estava com Deus, porque Ele A levava sempre em seu espírito e em seu coração, e considerava cuidadosamente todas as perfeições naturais e sobrenaturais diversamente repartidas entre todas as criaturas, para um dia recolhê-las e reuni-las todas juntas n’Aquela a quem havia destinado para ser a Soberana do universo. Por esta razão Santo Epifânio A chama: «Mistério do Céu e da Terra», porque Deus pôs nesta maravilhosa Virgem como num resumo e compêndio, tudo o que há de formoso, bom e excelente na Terra e no Céu” 78
No mesmo sentido, transcreve o Pe. Jourdain este comentário de um piedoso autor: “Deus se comprouve na criação dos Anjos, dos Arcanjos, dos Querubins e dos Serafins; comprouve-se na criação do céu material, dos astros, do sol, da Terra e das criaturas que ela encerra. Criando todos esses seres, Deus prenunciava sua obra-prima por excelência, a criação de Maria, que seria Ela mesma o prelúdio da criação da humanidade do Salvador. Tudo se reportava a Jesus e a Maria, tudo a Eles representava, tudo preparava sua vinda sobre a Terra para o resgate dos homens e a glorificação de Deus” .

quinta-feira, 28 de março de 2013

Infalível refúgio dos cristãos


Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada Conceição
Maria se fez toda para todos
Essa onímoda e constante proteção que a Mãe de Deus nos concede, foi assim exaltada por São Bernardo: “[Maria] se fez toda para todos; com uma copiosíssima caridade se fez devedora a sábios e ignorantes. A todos abre o tesouro da misericórdia, para que todos recebam de sua plenitude: redenção, o cativo; cura, o enfermo; consolo, o aflito; perdão, o pecador; graça, o justo; alegria, o Anjo; glória, a Trindade toda; e a própria pessoa do Filho recebe d’Ela a natureza humana, a fim de que não haja quem se esconda de seu calor” 69
E Santo Afonso de Ligório, insistindo na necessidade de recorrermos ao auxílio de Maria, nos aconselha uma lindíssima súplica:
“Digam, pois, todos com grande confiança, invocando esta Mãe de misericórdia, como Lhe dizia o Pseudo-Agostinho: Lembrai-Vos, ó piedosíssima Senhora, que não se tem ouvido, desde que o mundo é mundo, que alguém fosse de Vós desamparado. E por isso perdoai-me se Vos digo que não quero ser o primeiro infeliz, que, recorrendo a Vós, não consiga o vosso amparo” 70
Refúgio dos cristãos contra toda sorte de inimigos
No mesmo louvor que ora se comenta, a Virgem Santíssima é também invocada como o infalível refúgio dos cristãos.
“Desde o tempo das perseguições — escreve Mons. Dadolle — a Igreja depositou sua confiança no culto que ela devota a Maria. Esse culto se lê ainda hoje, vivo e imortal, sobre os muros das catacumbas, onde o encontram estampado em desenhos e em cores. A imagem da Virgem Mãe, colocada nas principais absides dessas criptas sagradas, onde a fé dos primeiros cristãos ia se afervorar ou se defender, mostra-nos que, desde esses primitivos tempos, a sociedade cristã conhecia seu refúgio seguro contra todas as formas de ataques do inimigo” 71
Semelhante é a opinião do Fr. Garrigou-Lagrange, que diz: “Maria é o socorro dos cristãos, porque o socorro é o efeito do amor, e Ela possui a plenitude consumada da caridade, que sobrepuja a de todos os Santos e Anjos reunidos.
“Nossa Senhora ama as almas resgatadas pelo Sangue de seu Filho mais do que saberíamos dizer, assiste-as em suas penas e as ajuda na prática de todas as virtudes. [...] Ela é o socorro, não apenas das almas individuais, mas dos povos cristãos. [...1
“O título de Nossa Senhora das Vitórias nos recorda que, frequentemente, sua intervenção foi decisiva sobre os campos de batalha para libertar os cristãos oprimidos” 72
O Refúgio por excelência
Por fim, ouçamos novamente o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, cujas palavras são como um resumo dos ensinamentos que acabamos de considerar: “Ao longo de toda a sua existência, a Igreja encontrou na Santíssima Virgem sua grande protetora.
“Nossa Senhora esteve presente nas batalhas onde os guerreiros católicos derrotaram os exércitos de seus inimigos, e nas lutas dos povos fiéis contra os infiéis.
“Nossa Senhora está, sobretudo, presente na ininterrupta luta de cada homem contra seus defeitos, para adquirir maiores virtudes. E ainda que não nos lembremos de Maria, Ela intercede por nós no alto do Céu, com uma misericórdia que nenhuma forma de pecado pode esgotar.
“Nossa Senhora é o perene e contínuo refúgio que jamais se fecha para qualquer pecador. Ou seja, Ela não é um refúgio apenas para os que tenham cometido faltas leves, senão que o é também para os autores de pecados de gravidade inimaginável e para as ingratidões inconcebíveis. Pois é próprio da grandeza da Mãe de Deus, na qual tudo é admirável e extraordinário, o ser um imenso e perfeito refúgio.
“Desde que o pecador se volte para Ela, a Virgem Santíssima, cheia de bondade, o protege, concede-lhe toda espécie de perdão, limpa-lhe a alma, dá-lhe forças para praticar a virtude e o transforma de filho pródigo em homem bom e fiel” 
69) BERNARDO. Obras Completas. Madrid: BAC, 1953. Vol. I. p. 725.
70) LIGÓRIO, Afonso Maria de. Glórias de Maria Santíssima. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1964. p.92.
71) DADOLLE. Le Mois de Marie. Paris: J. Gabalda, 1925. p. 251.
72) GARRIGOU-LAGRANGE, Reginald. La Mère du Sauveur et notre vie intérieure. Paris: Du Cerf, 1948. p. 275-276.

terça-feira, 26 de março de 2013

Nossa Senhora do Amparo


Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada Conceição

Sede amparo e refúgio à grei fiel

O primeiro dos títulos marianos acima mencionados, encontra apropriado comentário na interpretação que dá o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira à invocação de Nossa Senhora do Amparo. Assim se exprime ele:

“O indivíduo desamparado não é apenas aquele a quem falta algo, mas é também o que recorre em vão a todos os meios humanos para obter o que necessita. Aquele que se vê imerso numa grave dificuldade, na qual sua vida inteira está empenhada; e não encontra sustentáculo, arrimo ou apoio terreno algum — este é o indivíduo desamparado.

“Nossa Senhora do Amparo é precisamente Aquela que tem particular pena dos que se acham desamparados, seja do ponto de vista espiritual, seja do ponto de vista material. Ela, cheia do especial desvelo que têm as mães para com os filhos necessitados, opera maravilhas para ajudá-los. N’Ela encontram eles o sustentáculo, o apoio e o arrimo que procuram. Nossa Senhora do Amparo é, pois, Nossa Senhora de todas as solicitudes, é Nossa Senhora de todas as compaixões, é Nossa Senhora de todos os instantes em que o homem precisa de algo e a Ela recorre” 68

68) CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferência em 8/9/1970. (Arquivo pessoal).

domingo, 24 de março de 2013

Devoto de Nossa Senhora


Crescente inimizade

“São Luís Grignion diz: «É principalmente a estas últimas e cruéis perseguições do demônio, que se multiplicarão todos os dias até ao reino do Anticristo, que se refere aquela primeira e célebre predição e maldição que Deus lançou contra a serpente no Paraíso Terrestre (Gên. III, 15): Porei inimizades entre ti e a mulher e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar.

“Revela-se aqui a noção de que existe, no decurso da História, uma luta cada vez mais encarniçada e feroz entre a descendência de Nossa Senhora, ou seja, os filhos e escravos d’Ela, e a descendência do demônio, isto é, os homens que a ele se devotaram.

Combatividade e desconfiança em relação aos filhos da serpente

“A época em que vivemos é de intensa combatividade entre essas duas falanges. E por isso toda a piedade e a formação espiritual dos escravos de Maria devem ser ordenadas em função desta luta.
“Convém insistir sobre a palavra traição, empregada pelo próprio Deus. Esta é a arma habitual do demônio. Ele age por meio de traidores que, disfarçados, preparam golpes de surpresa contra os filhos de Nossa Senhora. Estes, portanto, devem compreender que o espírito de combatividade em relação ao demônio é conjugado com o espírito de desconfiança: desconfiar que Satanás está agindo de todos os modos e por toda a parte, com sua infernal insídia.

“Combatividade aliada à desconfiança, eis as características do batalhador de Nossa Senhora contra a raça da serpente” 67

67) GRIGNION DE MONTFORT, Luís Maria. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1961. P. 54-55; CORREA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferência em janeiro de 1966. (Arquivo pessoal).

quarta-feira, 20 de março de 2013

Estrela de Jacob Aparecida


Continuação dos comentários do Pequeno Ofício da Imaculada 

Estrela de Jacob Aparecida



Narra o Livro dos Números (XXII e ss.) que os judeus, a caminho da Terra Prometida, acamparam nas planícies de Moab, onde estava situada Jericó, além do Jordão. À vista do povo de Israel que assim se aproximava, Balac, rei dos moabitas, temendo pelos habitantes de seus territórios, mandou embaixadores a Balaão, adivinho do país de Amon, rogando-lhe viesse amaldiçoar os israelitas.

Contudo, dos lábios do vidente, por obra de Deus, saíram palavras de bênção, e em quatro oráculos profetizou acerca dos destinos daquele povo que “cobria a face da terra”.
No quarto e último vaticínio, Balaão, filho de Beor, proferiu estas palavras: “Nascerá uma estrela de Jacob, e levantar-se-á uma vara de Israel, e ferirá os capitães de Moab...” (Núm. XXIV, 17).


Maria, a estrela de Jacob

O renomado mariólogo francês, Auguste Nicolas, assim se refere a essa prefigura da Santíssima Virgem:

“Eis a impressão que desperta e despertará sempre o doce, puro e santamente gracioso nome de Maria: é o mais generalizado e o menos comum de todos os nomes, que se empresta e não se dá jamais às que o portam (tão próprio é da Virgem que o santificou), e à qual sempre retorna, puro de suas aplicações, como o raio de luz volta à sua estre

“E tal é a significação do inefável nome de Maria: Estrela. Estrela do mar, estrela da manhã, imagem delicada da vinda de Maria ao mundo. Desta mesma estrela, quinze séculos antes, Balaão prognosticava o aparecimento, quando disse, profetizando a dominação universal do Messias: «Eu o verei, porém não agora: eu o fitarei, porém não de perto; UMA ESTRELA SE ERGUERÁ DE JACOB, um cetro se levantará de Israel, ferirá os príncipes de Moab, e reinará sobre todos os filhos de Set». Profecia que todos os antigos hebreus aplicavam unanimemente ao Messias; que, segundo a relação de Josefo, constituía a preocupação universal de sua nação na época da vinda de Jesus Cristo, e que, segundo o mesmo historiador e o Talmud, favoreceu o êxito passageiro do falso Messias Barkochebas, pela significação deste nome, que quer dizer, filho da estrela.

“A Estrela, cujo verdadeiro Filho reina há dezoito séculos 61 sobre todos os filhos de Set (quer dizer, sobre a raça humana, sendo Set o filho de Adão), Maria, ao levantar-se sobre o horizonte do mundo, foi como o dealbar da manhã da verdade, como o despontar do dia da fé, que difundiu sobre o mundo Jesus Cristo, luz eterna, como o chama a Igreja62

Estrela que desbarata os caudilhos de Moab

Outra magistral interpretação da Estrela de Jacob acha-se em São Boaventura:

“A estrela superior, que é a Bem-aventurada Virgem, nos conduz a Cristo. E d’Ela se entende o que se diz no livro dos Números, com estas palavras: «De Jacob nascerá uma estrela, e de Israel se levantará uma vara que ferirá os capitães de Moab». Chama-se estrela a Bem-aventurada Virgem por sua constante e inabalável virtude. Por Moab se entendem os voluptuosos. Capitães de Moab são os demônios ou os pecados capitais. Esta estrela, quer dizer, a Bem-aventurada Virgem, desbarata os caudilhos de Moab, que são os sete pecados capitais: o espírito de soberba, sendo humílima; o espírito de inveja, sendo benigníssima; o espírito de ira, por ser mansíssima; o espírito de preguiça, por ser devotíssima; o espírito de avareza, por sua liberalíssima generosidade; o espírito de gula, por sua moderadíssima temperança, e, por último, o espírito de luxúria, sendo como é integérrima e onimodamente casta. “Desbaratou, pois, esta estrela os caudilhos de Moab” 63

61) Auguste Nicolas, ardoroso católico e ilustre magistrado de Bordeaux, escrevia em meados do século XIX.
62) NICOLAS, Auguste. La Virgen María y el Plan Divino. Barcelona: Religiosa, 1866. Vol. II. p. 142-143.
63) BOAVENTURA. Obras Completas. Madrid: BAC, 1947. Vol. II. p. 467.

domingo, 17 de março de 2013

Portentoso milagre operado por Maria, Mãe da vida



Estendendo suas considerações sobre Nossa Senhora, Mãe da vida, o Pe Jourdain as ilustra com extraordinário exemplo:

“Maria, não contente de nos procurar a vida da graça, se compraz em nos socorrer também nos perigos que ameaçam nossa vida natural. Quantos enfermos Lhe devem sua cura! Quantos infelizes expostos a um risco de morte inevitável foram salvos por Ela! [...]

“Permiti-nos de vos citar um antigo fato, pouco conhecido.

“Um padre da Eslovênia, devotíssimo da Santíssima Virgem, deixou seu país para se dirigir em peregrinação a Nossa Senhora de Loreto. Teve ele a infelicidade, durante o curso de sua viagem, de cair entre as mãos dos turcos que infestavam as costas da Itália. Como não cessasse de invocar Maria e de dizer que A amava de todo seu coração, os infiéis lhe abriram o peito, arrancaram-lhe o coração e lho entregaram, ordenando-lhe de ir oferecê-lo, ele mesmo, Aquela que tanto amava.

‘Oh! milagre! Esse fiel servidor de Maria não morreu. Aproveitando a liberdade que lhe deram seus carrascos, pôde se arrastar durante alguns dias e chegar a Loreto. Depositou seu coração (ainda incorrupto) aos pés do altar de Maria, recebeu a Sagrada Comunhão e expirou.

‘Eis como Maria é Mãe da vida. Ela, por um retumbante milagre, contrariando todas as leis da natureza, conservou a vida de seu bem-amado servidor o bastante para que ele pudesse cumprir seu voto.

“Maria é, portanto, a Mãe da vida temporal, espiritual e eterna, que Ela nos alcança com sua intercessão.”
JOURDAIN, Z-C. Somme des Grandeurs de Marie. Paris: Hippolyte Walzer, 1900. Vol. V. p. 123-124.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Maria é nossa vida


Continuação dos comentários do Pequeno Ofício da Imaculada Conceição

Eva Mãe da vida

Com sua luminosa sabedoria de Doutor da Igreja, Santo Afonso de Ligório nos dá a conhecer os motivos mais profundos pelos quais Nossa Senhora é a verdadeira Eva, Mãe da vida:

“Para a exata compreensão da razão por que a Santa Igreja nos ordena que chamemos a Maria nossa vida, é necessário saber que, assim como a alma dá vida ao corpo, assim também a graça divina dá vida à alma. Uma alma sem a graça divina só tem nome de viva, porém na realidade está morta. [..j Obtendo Maria por meio de sua intercessão a graça aos pecadores, deste modo lhes dá vida.

“Ouçamos as palavras que a Igreja Lhe põe nos lábios, aplicando-Lhe a seguinte passagem dos Provérbios: «Os que vigiam desde a manhã por me buscarem, achar-me-ão» (VIII, 7). «Os que recorrem a Mim desde a manhã, isto é, sem demora, certamente me acharão».
Ou, segundo a tradução grega, «acharão a graça». De modo que recorrer a Maria é recobrar a graça de Deus. Lemos por isso pouco depois:

«Quem me encontra, encontra a vida e receberá do Senhor a salvação» (Prov. VIII, 35). Ouvi-o, vós que procurais o reino de Deus, exclamou São Boaventura, honrai a Santíssima Virgem Maria e achareis a vida juntamente com a eterna salvação. [...] Daí as palavras de São Germano: «Ó Mãe de Deus, vossa proteção traz a imortalidade; vossa intercessão, a vida»” 58

Consoantes aos ensinamentos precedentes, são estas palavras de confiança na Santíssima Virgem, pronunciadas pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“Maria é verdadeiramente nossa vida. Se Ela não existisse, não teríamos razão alguma para esperar na misericórdia divina; não teríamos nada que justificasse qualquer esperança nossa do Céu, ou qual quer alegria na Terra. Tudo que torna vivível nossa existência é o conjunto de esperanças que a intercessão de Nossa Senhora nos autoriza a ter.

“Por isso Maria é nossa vida. Vivemos por Ela; e se não fosse Ela, cairíamos desfalecidos.
“A Virgem Santíssima é verdadeiramente nossa vida!”59

Assim, podemos concluir com o Pe. Chevalier:

“E sempre a partir do coração que o sangue se distribui pelo corpo, e sempre através da mesma artéria principal antes de passar às secundárias. O sangue é a imagem da vida divina. Esta vida nos vem do Sagrado Coração, através desta artéria única, Maria, Mãe dos viventes. No presente não vemos nem o coração, nem a artéria; nem a fonte, nem o canal primeiro; o próprio sangue, não o vemos. Veremos no Céu todas essas maravilhas. Mas, tornando-se visíveis, elas não mudarão. A fonte será sempre a mesma, sempre o mesmo o canal. A diferença é que veremos: e esta visão será nossa eterna felicidade.

“Deus, Jesus e Maria nos aparecerão em toda a sua glória. Deus, fonte de vida, sem fundo e sem margens; nascente que brota inteira em Jesus, e de Jesus se comunica a todos os eleitos, por meio de Maria. Imensa e maravilhosa sociedade: maravilhosa pelo número de seus membros, pela beleza de cada um; maravilhosa ainda mais por sua perfeita unidade! Uma-só vida, um só corpo, uma só cabeça e um só coração. E esse todo, de prodigiosa variedade numa extraordinária unidade, será o próprio Cristo.

“E Maria aparecerá como Mãe desse Cristo, Mãe dos Anjos, Mãe de todos e de cada um dos eleitos. Outra vida não haverá senão a dada por Maria; e nós A contemplaremos como Ela é: Mãe da vida!” 60

quarta-feira, 13 de março de 2013

Maria: Eva, Mãe da vida


Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada

 Eva, Mãe da vida

A segunda e verdadeira Eva

Assim “como Jesus Cristo foi chamado pelos Padres o novo Adão, assim também a Virgem foi chamada a nova Eva. A primeira Eva foi mãe de todos os viventes na ordem da natureza; a segunda Eva, Maria, o foi na ordem, desmesuradamente superior, da graça. Se lançarmos, porém, um olhar à primeira mulher depois da culpa, eis que Maria se nos depara como totalmente diferente.

“Com efeito, Eva, falando com o Anjo das trevas, que lhe apareceu sob o aspecto de uma serpente, consentiu na prevaricação e arruinou todo o gênero humano. Maria, ao contrário, falando com o Anjo da luz, consentiu na reparação do gênero humano e o salvou. Eva ofereceu ao homem o fruto da morte; Maria, ao contrário, lhe deu o fruto da vida. Eva foi medianeira da morte, Maria foi medianeira da vida” 53

Já no século II encontramos estabelecida essa doutrina, pela autoridade de Santo Irineu de Lyon, que escreve: “A Humanidade recebeu um novo progenitor (Jesus) que ocupa o lugar do primeiro Adão. Mas, como a primeira mulher também estava implicada na queda [do homem] por sua desobediência, o processo curativo começa igualmente com a obediência de uma mulher. Dando a vida ao novo Adão, Ela vem a ser a verdadeira Eva, a verdadeira Mãe dos viventes, e a causa de nossa salvação”54

E Santo Epifânio, no século IV, deixou este ensinamento: “Eva foi para todos os homens a raiz funesta da morte e da ruína, porque por ela a morte se introduziu no mundo. Maria foi para eles a fonte da vida, já que por Ela nos foi restituIda a mesma, e por meio d’Ela o Filho de Deus veio ao mundo”.55

Fazendo eco à tradição cristã, o Pe. Bernardes assim se exprime: “Lamentem-se e chorem os mortais, enquanto filhos de Eva, porque de Eva nada nos aproveitou, exceto a descendência e progenitura de Maria. Mas consolem-se, enquanto filhos de Maria, porque Maria nosvivificou por Cristo, e pelo mesmo Cristo já vivificada para a duração imortal, nos está chamando e convidando para participarmos da mês ma vida” 56

Também o Pe. de La Boullaye, S. J., em um de seus célebres sermões na Catedral de Paris, reafirma a sentença dos Santos e doutores:

“Nas origens do mundo, Adão nomeou sua esposa Eva, quer dizer, mãe dos viventes. [...] Adão e Eva, Deus vos criou para serdes o pai e a mãe de nossa raça. Fostes, porém, os assassinos, pois a vida sobrenatural que deveríeis nos transmitir, a extinguistes em vós mesmos! [...]

“Nosso verdadeiro Pai, aquele que devolveu às nossas almas esta seiva de vida divina, a graça, é Cristo; nossa verdadeira Mãe, é a Virgem que O atraiu do Céu para este mundo. Sim, Mãe em toda a força do termo, porque é a Ela, depois de Jesus, que devemos a vida. Mãe, não adotiva, mas real, ainda que seja na ordem espiritual, por que devemos a seus atos pessoais o nos tornarmos filhos de Deus, e de podermos chamar verdadeiramente nosso irmão a Jesus, seu bem-amado Filho” 57

53) ROSCHINI, Gabriel. Instruções Marianas. São Paulo: Paulinas, 1960. p. 35.
54) LION, Irineo de. In: QUASTEN, Johannes. Patrología. 3. cd. Madrid: BAC, 1984. Vol. I. p. 299.
55) EPIFANIO. Adv. Hæres. III, hoec 79 PG. 42, 727 ss. Apud ROSCHINI, Gabriel. Op. cit. p. 90, 56) AS MAIS BEL4S PÁGINAS DE BERNARDES: 2000 Trechos selecionados por NUNES, Mario Ritter (Coord.). São Paulo: Melhoramentos, 1966. p. 419.
57) LA BOULLAYE, P. H. Pinard de. Marie: Chef-d’Oeuvre de Dieu. 4. ed. Paris: Spes, 1948. p. 35-36.

sábado, 9 de março de 2013

Maria: exemplo de santidade



Inspirado na doutrina de São Luís Grignion de Montfort, ensina o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“Nossa Senhora é para nós o exemplo de santidade. Ou seja, se nos modelarmos inteiramente segundo Ela, alcançaremos a perfeita semelhança com Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Imitar a Santíssima Virgem é tê-La em vista em todas as ações que se pratica. Isto supõe, primeiramente, um claro conhecimento do modelo a que devemos nos conformar. Supõe, em seguida, um hábito de vigilância interior e de contínua meditação, pelo qual sabemos se, de fato, estamos nos identificando com aquele ideal.

“São Luís Grignion de Montfort nos propõe a imitação de três principais virtudes de Maria: a fé, a humildade e a pureza 51

“Ora, se formos cheios de fé, cheios de humildade (ou seja, de senso hierárquico que atribui tudo a Deus), se formos cheios de pureza, seremos, então, os contra-revolucionários por excelência.

“Nossa Senhora é o modelo supremo, é a fonte da Contra-Revolução. Portanto, imitá-La é ser, na perfeição, contra-revolucionário. Se A tomarmos como ideal, se acreditarmos na eficácia da devoção a Ela, se tudo fizermos em estreita união com Maria, mais facilmente a Ela nos assemelhamos.

“Assim, devemos pedir a Nossa Senhora, com todo o empenho, a graça de uma profunda compreensão de suas altíssimas virtudes, as quais havemos de imitar. E que Ela nos comunique, além disso, a plenitude de suas forças. Maria é a Virgem forte e combativa, é a Virgem intransigente e absolutamente inflexível diante do demônio, do mundo e da carne. Supliquemos a Ela essa intransigência, antes de tudo contra o que há de mal em nosso interior; em segundo lugar, contra o que há de mal fora de nós.

“O maior auxilio que Nossa Senhora pode nos prestar, é o nos conceder o espírito de sua santidade, a perfeição de suas vias, a autenticidade de suas virtudes e a vitória contra o demônio — tudo em ordem à nossa própria santificação” 52

51) Cfr. Idem, p. 244-245.
52) CORREA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferências em 23/5/1963 e 26/5/1972. (Arquivo pessoal).

sexta-feira, 8 de março de 2013

Maria: Devoção especialmente necessária aos Santos


Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício de Nossa Senhora


“Se a devoção à Santíssima Virgem é necessária a todos os homens para conseguirem simplesmente a salvação, é ainda mais para aqueles que são chamados a uma perfeição particular; nem creio que uma pessoa possa adquirir uma união íntima com Nosso Senhor e uma perfeita fidelidade ao Espírito Santo, sem uma grande união com a Santíssima Virgem e uma grande dependência de seu socorro. [...]

“O Altíssimo A fez tesoureira de todos os seus bens, dispensadora de suas graças, para enobrecer, elevar e enriquecer a quem Ela quiser, para fazer entrar quem Ela quiser no caminho estreito do Céu, para deixar passar, apesar de tudo, quem Ela quiser pela porta estreita da vida eterna, e para dar o trono, o cetro, e a coroa de rei a quem Ela quiser. [...]

“A Maria somente Deus confiou as chaves dos celeiros do divino amor, e o poder de entrar nas vias mais sublimes e mais secretas da perfeição, e de nesses caminhos fazer entrar os outros. Só Maria dá aos miseráveis filhos de Eva, infiel, a entrada no Paraíso Terrestre, para aí espairecerem agradavelmente com Deus, para aí, com segurança, se ocultarem de seus inimigos, para aí, sem mais receio da morte, se alimentarem deliciosamente do fruto das árvores da vida e da ciência do bem e do mal, e para sorverem longamente as águas celestes desta bela fonte que jorra com tanta abundância; ou, melhor, como Ela mesma é esse Paraíso Terrestre ou essa terra virgem e abençoada, da qual Adão e Eva, pecadores, foram expulsos, Ela só dá entrada àqueles que lhe apraz deixar entrar, e para torná-los santos” 50

50) GRIGNION DE MONTFORT, Luís Maria. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1961. P. 42-48.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Entrando no Paraíso pelas mãos de Maria


“Conta-se nas Crônicas Franciscanas que Fr. Leão viu uma vez em visão duas escadas, uma branca e vermelha a outra. Sobre a última estava Jesus Cristo e sobre a primeira, sua Mãe Santíssima. 

Reparou como alguns tentavam subir pela escada vermelha. Porém caíam logo depois de galgarem alguns degraus; tornavam a subir e outra vez caíam.

“Foram avisados de que deviam ascender pela escada branca, e por essa os viu subir felizmente, porquanto a Santíssima Virgem lhes dava a mão, e assim chegavam seguros ao Paraíso.”

LIGÓRIO, Afonso Maria de. Glórias de Maria Santíssima. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1964. p. 161.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Os Santos, criaturas de Maria


Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício de Nossa Senhora

Porta dos Santos

Os Santos, criaturas de Maria

“Os Santos são as obras-primas da graça e como que milagres vivos e eternos da glória. Ora, pode-se afirmar que todos eles são também criaturas de Maria. Deus no-lo fez compreender, quando desejou que João, o maior entre os filhos dos homens, fosse santificado pela palavra desta augusta Virgem. [...] :

“Leia-se a Vida dos Santos e se achará que, no curso dos séculos, Maria foi para eles o que Ela havia sido para São João Batista e os primeiros Apóstolos.

“Quem poderá contar as almas puras cuja inocência Ela protege, e os pecadores que Ela reconduz, a cada dia, algumas vezes através das vias mais extraordinárias, ao caminho da salvação? Eis as obras de sua misericórdia [...J e também de sua onipotência. [...]

“Agradeçamos ao Senhor de nos ter dado uma tal Senhora, tão capaz de nos instruir e tão cheia de benevolência para conosco. Que proveito não tiraremos de suas lições se lhe prestarmos atenção. Se nos esforçarmos em seguir seus preceitos imitando os exemplos de suas virtudes!

“Consideremos os santos: eles escutaram a Maria, valeram-se da proteção de Maria, imitaram os exemplos de Maria, e se elevaram a uma perfeição que os aproxima dos Querubins e dos Serafins”

“Maria é necessária aos homens para chegarem ao seu último fim”

Entre os que alcançaram esse altíssimo grau de virtude, por meio de acrisolada devoção à Imaculada Virgem, encontra-se o grande São Luís Grignion de Montfort, que nos deixou estas indeléveis palavras:

“A Santíssima Virgem, sendo necessária a Deus, de uma necessidade chamada hipotética, devido à sua vontade, é muito mais necessária aos homens para chegarem a seu último fim. Não se confunda, portanto, a devoção à Santíssima Virgem com a devoção aos outros Santos, como se não fosse mais necessária que a destes, e apenas de superrogação.

“O douto e piedoso Suárez, da Companhia de Jesus, o sábio e devoto Justo Lípsio, doutor da Universidade de Lovaina, e muitos outros, provaram incontestavelmente, apoiados na opinião dos Santos Padres [...] que a devoção à Santíssima Virgem é necessária à salvação, e que é um sinal infalível de condenação — opinião do próprio Ecolampádio e vários outros hereges — não ter estima e amor à Santíssima Virgem. Ao contrário, é indício certo de predestinação ser-Lhe inteira e verdadeiramente devotado.

“As figuras e palavras do Antigo e do Novo Testamento o provam; a opinião e os exemplos dos Santos o confirmam; a razão e a experiência o ensinam e demonstram; o próprio demônio e seus asseclas, premidos pela força da verdade, viram-se muitas vezes constrangidos a confessá-lo a seu pesar. De todas as passagens dos Santos Padres e doutores, que compilei para provar esta verdade, cito apenas uma, para não me alongar: «Tibi devotum esse, est arma quædam salutis quæ Deus his dat quos vult salvos fien...» (S. João Damasceno) — «Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá àqueles que quer salvar».

“Eu poderia repetir aqui várias histórias que provam o que afirmo.

“Entre outras, aquela que vem narrada [...] nas crônicas de São Domingos: Quando o santo pregava o Rosário nas proximidades de Carcassona, quinze mil demônios, que possuíam a alma de um infeliz herege, foram obrigados, por ordem da Santíssima Virgem, a confessar muitas verdades grandes e consoladoras, referentes à devoção a Maria.

“E eles, para própria confusão o fizeram com tanto ardor e clareza que não se pode ler essa autêntica narração e o panegírico que o demônio, embora a contragosto, fez da devoção mariana, sem derramar lágrimas de alegria, ainda que pouco devoto se seja da Santíssima Virgem.

Continua no próximo post.

sábado, 2 de março de 2013

Maria: Preciosa pérola no seio de San t’Ana


Comentários ao Pequeno Ofício de Nossa Senhora

Com seu gracioso estilo, o Pe. Manuel Bernardes nos apresenta Maria no seio materno sempre santa:

“Uma pérola deu a Rainha Cleópatra a Marco Antônio, que se avaliava em muitos mil talentos. Em quanto avaliaremos nós esta pérola animada, que se formou na concha do ventre de Sant’Ana? Há nas Índias pérolas, que, em razão de sua diferente grandeza e figura, se chamam pérolas Ave Marias e pérolas Padre-nossos. Ó que ricas Índias se descobrirão hoje na casa da gloriosíssima e felicíssima matrona Sant’Ana, donde nos veio tal pérola Ave Maria, que nos deu tal pérola Padre Nosso? Por certo que ainda que todo o firmamento fora um livro (como o considera São João no Apocalipse), e se escrevesse todo de letras de algarismo, não somariam o valor destas duas pérolas. Porque, enfim, como dizíamos, e é certo, tudo o que devemos a Cristo Filho de Deus, devemos por conseguinte a Maria, escolhida para Mãe de Deus, e que foi a que deu pés a Deus, para andar com os homens na Terra”

No seio de San t’Ana, a vitória da Contra-Revolução

Como fecho dos comentários ao presente louvor, ouçamos estas ardorosas palavras do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“Porque concebida sem pecado original, Nossa Senhora, afirmam os teólogos, foi dotada do uso da razão desde o primeiro instante de seu ser. Portanto, já no ventre materno Ela possuía altíssimos e sublimíssimos pensamentos, vivendo no seio de Sant’Ana como num verdadeiro tabernáculo.

“Temos uma confirmação indireta disso no que narra a Sagrada Escritura (Lc. T, 44) a respeito de São João Batista. Ele, que fora engendrado no pecado original, ao ouvir a voz de Nossa Senhora saudando Santa Isabel, estremeceu de alegria no seio de sua mãe.

‘Assim, pode-se acreditar que a Bem-aventurada Virgem, com a altíssima ciência que recebera pela graça de Deus, já no seio de Sant’Ana começou a pedir a vinda do Messias e, com Ele, a derrota de todo mal no gênero humano. E desde o ventre materno se estabeleceu, com certeza, no espírito de Maria, aquele elevadíssimo intuito de vir a ser, um dia, a servidora da Mãe do Salvador.

“Na realidade, por essa forma Nossa Senhora já começava a influir nos destinos da humanidade. Sua presença na Terra era uma fonte de graças para todos aqueles que d’Ela se aproximavam na sua infância, ou mesmo quando ainda se encontrava no seio de Sant’Ana. Pois se da túnica de Nosso Senhor — conta o Evangelho (Lc. VIII, 44-47) — se irradiavam virtudes curativas para quem a tocasse, quanto mais da Mãe de Deus, Vaso de Eleição!

“Por isso, pode-se dizer que, embora fosse Ela criancinha, já em seu natal graças imensas raiaram para a Humanidade. Naquele bendito momento, a vitória da Contra-Revolução começou a ser afirmada e o demônio a ser esmagado, percebendo que algo de seu cetro estava irremediavelmente partido” 48

47) AS MAIS BELAS PÁGINAS DE BERNARDES: 2000 Trechos selecionados por NUNES, Mario Ritter (Coord.). São Paulo: Melhoramentos, 1966. p. 412.
48) CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferência em 8/9/1963. (Arquivo pessoal).